Um dos traficantes mais procurados do Brasil foi morto em operação policial nesta semana. Celso Pinheiro Pimenta, o Playboy, tinha recompensa por captura estimada em 50 000 reais.
Para aquele que não conhece a história de Playboy, alguns poucos fatos de sua vida:
Playboy tinha 32 anos. Há dezessete estava no crime. Morava em um dos mais perigosos lugares do Rio de Janeiro, Zona Norte da capital carioca, no Morro da Pedreira, lugar onde comandava todo seu esquema de tráfico e roubos. Sua casa, de apenas dois cômodos, no alto de uma ladeira, não se difere em nada das demais moradias do lugar, porém, ao adentrar nas ruelas em direção ao esconderijo do traficante logo nota-se uma diferença: o caminho é balizado por jovens com fuzis a cada metro a dentro.
Em sua infância, Playboy era um garoto de classe média da Zona Sul do Rio de Janeiro - de surgiu o óbvio apelido -, que escolheu o crime como meio de vida. Em entrevista a revista VEJA, Playboy deixara claro que entendia os riscos contra sua vida e até de se entregar a justiça: "Não é por mim, que sou traficante, mas pela minha família".
Com uma certa educação e denotando certo estudo, mesmo omitindo plurais - o que é até normal na gíria das favelas - Playboy, com 1,70 metro, pele amarelada, dentes brancos e bem cuidados comandava o maior esquema de roubo de cargas do país. Compra sua liberdade a preço alto, pago a policiais corruptos e segurança pesada, contando com mais de 100 fuzis. Mas, após acontecimentos em que sua gangue zombara do poder público, viu o cerco policial apertar e começara a temer por sua vida: "Todas as informações que tenho são que a polícia não quer me prender, quer me matar", diz. E ainda complementa: Não quero pegar trinta anos, Estão botando tudo na minha conta. Quero ficar uns anos e viver minha vida."
Não satisfeito apenas em comandar e gerir todo o esquema de roubo e tráfico, Playboy, às vezes, saia do morro e ia pessoalmente guerrear conta quadrilhas rivais. Mas cada saída era extremamente planejada. Em uma dessas saídas, foi capturado próximo à Pedreira e passou horas algemados, sendo solto apenas após pagamento de "fiança" àqueles que o mantinham capturado. No total, estima-se que a cifra tenha ultrapassado a casa de um milhão de reais. Entretanto a prática é considerada normal. Playboy já chegou a pagar 400 mil reais para soltura de seu braço direito e outros 300 mil reais para libertar seu motorista particular, que por sinal é ex-PM. Propina essa que vai parar nas mãos de policiais corruptos. Embora não negue o chamado "arrego", Playboy se recusa a entregar os nomes da banda podre que alimenta: "Não alcagueto polícia (sic) que é homem comigo".
Segundo a polícia, o faturamento da quadrilha ultrapassaria facilmente 1 milhão de reais mensais. O chefão, bem ao estilo hollywoodiano, distribui cestas básicas e brinquedos para todos da comunidade.
E em sua lógica particular, se definia como um "mal necessário para sociedade".
Playboy deixa 6 filhos e um reinado de terror e subversão.
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